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Nem todo Trauma vem de tragédias: quando o silêncio também dói

  • rosangelaferreirap3
  • 30 de jul.
  • 2 min de leitura

Por Rosânggela Fêrreira

Quando pensamos em trauma, muitas vezes associamos essa palavra a acontecimentos marcantes e dolorosos — acidentes, perdas, catástrofes, violências explícitas. No entanto, há um tipo de sofrimento psíquico que não grita, não aparece nas manchetes, mas se aloja de forma silenciosa e persistente na vida de muitas pessoas: o trauma sutil, aquele que nasce daquilo que faltou.


Nem todo trauma vem de grandes tragédias. Alguns se formam devagar, quase imperceptíveis, entre silêncios prolongados, olhares ausentes e a ausência de escuta. São experiências de abandono emocional, de relações em que não houve espaço para o afeto, o acolhimento ou a expressão genuína de quem se é.


Esse tipo de trauma, muitas vezes invisível aos olhos do outro, vai moldando a forma como uma pessoa se vê no mundo. Ele aparece nos vínculos difíceis, nos padrões repetitivos de relacionamento, na ansiedade crônica, no medo de ser rejeitado, ou até mesmo na sensação constante de inadequação. São dores que se alojam no corpo, nos gestos, nas palavras não ditas — e que frequentemente atravessam gerações.


A boa notícia é que é possível cuidar dessas feridas. E esse cuidado começa, muitas vezes, por meio de um encontro: o da escuta terapêutica. Um espaço de acolhimento, livre de julgamentos, onde é possível colocar em palavras o que, por tanto tempo, foi silenciado.


A Psicanálise oferece essa possibilidade: abrir caminhos para que o inconsciente se manifeste, para que aquilo que foi recalcado ou negligenciado possa ser simbolizado, compreendido e ressignificado. Já a visão sistêmica nos convida a olhar além do indivíduo — para sua história familiar, para os vínculos que o formaram, para os legados emocionais que, muitas vezes, não são conscientes, mas influenciam profundamente a forma de viver e de se relacionar.


Buscar ajuda não é um sinal de fraqueza. Pelo contrário — é um gesto de coragem e de profundo amor por si. É reconhecer que não precisamos carregar sozinhos o peso do que nos foi negado. Que é possível reconstruir, ressignificar, transformar.


Se você sente que carrega dores antigas que ainda ecoam em seu presente, talvez este seja o momento de se permitir ser escutado com profundidade. Um cuidado que não vem com respostas prontas, mas com presença, escuta e construção conjunta de novos sentidos.


Porque todo ser humano merece viver em paz consigo mesmo — e isso começa com a decisão de olhar, com coragem e amorosidade, para dentro.

Conheça meu trabalho clínico e agende uma conversa.

Acolher sua história é um passo essencial no caminho do cuidado. Estou aqui para escutar você.


 
 
 

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