Não existe saúde física sem saúde mental e emocional
- rosangelaferreirap3
- 30 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de jul.
Por Rosânggela Fêrreira
Vivemos em uma sociedade que, por muito tempo, separou corpo e mente como se fossem entidades distintas. A saúde física era vista como prioridade, enquanto as emoções eram relegadas ao silêncio, à racionalização ou à pressa de “superar”. Mas quem escuta o corpo com atenção — e escuta as pessoas com presença — sabe que não há saúde que se sustente sem considerar a vida emocional e psíquica.
A frase “não existe saúde física sem saúde mental e emocional” não é apenas uma constatação clínica. É uma verdade cotidiana, que se manifesta nos corpos que adoecem quando as palavras faltam, nos sintomas que aparecem quando as emoções não encontram vazão, e nos vínculos que se rompem quando não há espaço para escuta e afeto.
A escuta do corpo que fala
Na prática terapêutica, é comum encontrarmos sintomas físicos sem causas médicas definidas. Dores crônicas, fadiga, tensão muscular, problemas gastrointestinais e até doenças autoimunes, muitas vezes, são expressões de um sofrimento que ainda não encontrou lugar para ser nomeado.
A psicanálise nos oferece ferramentas para compreender que o sofrimento faz parte da constituição do sujeito. Não há um estado de saúde mental ideal, estático ou absoluto. O que há é a possibilidade de escutar o sintoma, de simbolizar a dor e de encontrar um caminho de elaboração que permita ao sujeito habitar sua própria história com mais consciência e responsabilidade.
Na clínica, o corpo aparece como palco do inconsciente. E o que não é dito, muitas vezes, se inscreve na pele, nos órgãos, na postura e no silêncio.
O corpo como parte de um sistema
A visão sistêmica amplia esse olhar e nos convida a considerar que cada indivíduo está inserido em uma teia de vínculos e pertencimentos. Muitas dores não surgem apenas do que vivemos, mas do que herdamos — traumas transgeracionais, padrões familiares, lealdades invisíveis que nos mantêm presos a histórias que não são nossas, mas que seguimos repetindo.
Um sintoma, nesse contexto, pode ser uma tentativa do sistema de encontrar equilíbrio. E a doença, muitas vezes, é o sinal mais visível de que algo precisa ser olhado com mais profundidade, mais respeito, mais amor.
Cuidar da saúde mental e emocional é, portanto, um gesto de responsabilidade com o corpo e com os vínculos. É reconhecer que somos seres complexos, feitos de carne, mas também de memória, história e sentimento.
Cuidar de si em todas as dimensões
A integralidade do cuidado não é um luxo, é uma necessidade. Corpo, mente e emoções formam um sistema interdependente. Quando ignoramos um desses aspectos, todo o organismo sofre.
Por isso, a saúde não pode ser pensada apenas em exames laboratoriais, aparência física ou produtividade. Ela precisa incluir a escuta das emoções, o enfrentamento dos traumas, o acolhimento das angústias e a construção de vínculos saudáveis — consigo, com os outros e com a vida.
Acolher o sofrimento psíquico e emocional é, paradoxalmente, um caminho para aliviar também o sofrimento físico. O corpo pede escuta. A alma pede cuidado. E o ser inteiro pede presença.
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