top of page
Buscar

Por que dormimos? Um olhar neurocientífico a partir de Matthew Walker

  • rosangelaferreirap3
  • 8 de ago.
  • 2 min de leitura

Por Rosânggela Fêrreira


Dormimos porque o sono é a base de toda saúde física, mental e emocional. De acordo com Matthew Walker (2017), o sono não é apenas um tempo de descanso, mas um processo ativo, vital e insubstituível. Durante o sono, o cérebro realiza tarefas fundamentais como consolidação da memória, regulação emocional, reorganização sináptica, limpeza de resíduos tóxicos, além de manter o funcionamento ideal de sistemas corporais como o imunológico, cardiovascular e endócrino.


Sono e Memória


Um dos pilares da teoria de Walker é que dormimos para aprender melhor. O sono NREM (especialmente o estágio N3, ou sono profundo) consolida memórias recém-adquiridas, reorganizando informações e reforçando conexões neurais importantes. Já o sono REM atua na integração emocional e criativa dessas memórias, ajudando-nos a conectar ideias aparentemente desconexas.


"Dormir é como apertar o botão 'salvar' no cérebro" — Matthew Walker.


Sono e Saúde Mental


Walker enfatiza a profunda relação entre sono e saúde mental. A privação de sono está associada a transtornos de humor, depressão, ansiedade e redução da empatia. O sono REM tem papel crucial na regulação das emoções, pois suaviza experiências difíceis do dia, como uma espécie de "terapia noturna natural".


Sono e Corpo


Durante o sono, ocorrem reparos celulares, secreção de hormônios como o hormônio do crescimento e regulação da pressão arterial e glicemia. A falta crônica de sono aumenta o risco de doenças como Alzheimer, obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer.


Walker destaca que não existe tecido no corpo ou processo cerebral que não seja beneficiado pelo sono — ou prejudicado por sua ausência.


Ciclos Biológicos e Cultura do Sono


O autor também critica a cultura moderna que romantiza a privação de sono como sinal de produtividade. Ele chama atenção para o impacto da luz artificial, do uso excessivo de telas e da pressão social sobre os ritmos naturais do corpo, defendendo políticas públicas que respeitem o ritmo circadiano e promovam a educação sobre o sono como um direito à saúde.


Em síntese, dormimos porque:


  • Consolidamos memórias e aprendizados;

  • Reorganizamos emoções e experiências;

  • Restauramos o equilíbrio fisiológico;

  • Fortalecemos o sistema imune e prevenimos doenças;

  • Garantimos clareza mental, criatividade e empatia;

  • Protegemos o cérebro contra a degeneração.





Referência:


WALKER, Matthew. Why We Sleep: Unlocking the Power of Sleep and Dreams. New York: Scribner, 2017.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Emoções tóxicas adoecem

Por Rosânggela Ferreira As emoções são expressões complexas da vida psíquica e corporal, articulando dimensões cognitivas, fisiológicas e...

 
 
 

Comentários


Todos os direitos reservados -  © Copyright 2024 - Rosângela Ferreira

bottom of page