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Um breve resumo sobre a Teoria Polivagal

  • rosangelaferreirap3
  • 17 de jun.
  • 2 min de leitura

Por Rosângela Ferreira A Teoria Polivagal, desenvolvida por Stephen Porges na década de 1990, é uma proposta inovadora que reformula a compreensão do sistema nervoso autônomo (SNA), especialmente em relação à regulação emocional, comportamentos sociais e respostas ao estresse e trauma.


Princípios centrais da Teoria Polivagal

O nervo vago tem mais de uma função (daí "poli-vagal"). Tradicionalmente, o nervo vago era visto apenas como responsável por funções parassimpáticas básicas (como digestão e repouso). Porges demonstrou que ele possui dois ramos com funções diferentes:

  • Ramo dorsal (mais antigo, evolutivamente): ligado a estados de colapso, imobilidade, congelamento, típico de respostas a traumas graves.

  • Ramo ventral (mais recente): relacionado a comportamentos de conexão social, calma e segurança.

Hierarquia de respostas do sistema nervoso autônomo

O organismo responde ao ambiente seguindo uma hierarquia filogenética:

  • Segurança → Ativa o vago ventral → conexão, relaxamento, interação.

  • Perigo → Ativa o sistema simpático → luta ou fuga.

  • Ameaça extrema → Ativa o vago dorsal → colapso, dissociação, paralisia.


Neurocepção

É a capacidade automática e inconsciente do cérebro de detectar sinais de segurança ou ameaça no ambiente. Dependendo dessa percepção, o corpo muda seu estado fisiológico e comportamental.


Aplicações clínicas da Teoria Polivagal

  • Terapia do trauma: ajuda a entender reações como dissociação, congelamento, fobias sociais e retraimento afetivo.

  • Regulação emocional: ensina o paciente a reconhecer seus estados autonômicos e buscar estratégias para retornar ao estado ventral.

  • Terapias corporais, musicoterapia, mindfulness e EMDR: muitas abordagens utilizam princípios da teoria para reestabelecer estados de segurança.


Alguns exemplos práticos para ajudar na compreensão:

  • Uma criança que sofreu abuso pode entrar num estado dorsal vagal (apatia, ausência de reação).

  • Uma pessoa em burnout pode viver constantemente no modo simpático (hiperalerta, ansiedade).

  • O estado ventral vagal é promovido quando nos sentimos seguros, olhamos nos olhos, sorrimos, falamos com tom de voz calmo — estados favoráveis à cura.

Referência Bibliográfica

Porges, S. W. (2011). The Polyvagal Theory: Neurophysiological Foundations of Emotions, Attachment, Communication, and Self-regulation.



 
 
 

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